Faz meses desde a última vez que vi Gio Carrera. Eu não planejava me mudar para a casa ao lado dele, mas aqui estamos. Quando bati na porta dele pela primeira vez para dizer olá, o olhar que ele me deu estava em algum lugar entre descrença e aborrecimento. Ele mal falou, apenas murmurou, “Bem-vindo ao bairro”, e fechou a porta. Imaginei que era isso. Mas hoje à noite, tudo muda. Eu ouço uma batida. Abro a porta, e Gio está lá. Ele não diz nada – ele não precisa. Eu dou um passo para trás, e ele entra, seus olhos fixos nos meus enquanto fecha a porta atrás dele. O ar está pesado, o silêncio cheio de anos de tensão. Nenhum de nós se move a princípio. Então, como se por instinto, eu o puxo para perto. Nossas bocas se encontram – lentas, procurando, familiares. Mal chegamos ao quarto. Suas mãos vagam sobre mim, reivindicando cada parte de mim que já foi dele. As roupas caem, e o espaço entre nós desaparece completamente. É desesperador, mas cuidadoso, como se estivéssemos recuperando o tempo perdido. Quando finalmente caímos um ao lado do outro, nossa respiração se estabilizando, Gio se vira para mim. “Acho que sermos vizinhos não é tão ruim assim”, ele diz suavemente. E pela primeira vez, eu concordo.